Dor, tristeza, comoção, ausência. Palavras que preenchem nosso ego sombrio e, ao mesmo instante, enfraquecem nosso espírito de sobrevivência. Seria possível, depois de uma grande "perda" acumular forças, reveter a situação e, com cabeça erguida, seguir em frente ? Impossível não o é, mas sentimos, inubitavelmente as dores do silêncio, da falta, e da presença também quando vivo. É como se, uma parte de nós fosse despedaçada por completo, ou, ainda mais, de forma sacrifícia e eterna. Partes estas, não simplesmente físicas, mas, ao contrário, vertiginosamente sentimentais. Sabemos, que é concebível ao ser humano tal momento, mas, dosado pelos efeitos, desconhecemos seus limites, por mais claro, daquilo que se espera como consequência. Para encontrar tais "fenômenos", só é buscarmos o caminho da solidão. Sendo que, na verdade não a procuramos, porém, ela se torna tão real em nossas vidas que acabamos por aceitá-la inconscientemente - drogado pela dor. Dor que se diga, pois a partir do instante que somos impregnados por ela, nem estacas, nem sessões auto-flagelas ou, até mesmo, crucificações conseguem justiticar aquele sofrimento. Posto que, já dizia Carlos Drummond de Andrade, " A dor é inevitável, o sofrimento, opcional." Pois bem, podem existir infinitas formas de sofrer sendo que, até certo ponto, poderá evitá-las, mas fugir de algo que é a dor, inevitável. Entretanto, só conseguirá de alguma forma evitá-la, se realmente não for significativa o termo ausência em sua comum vida. Todavia, em meio a essa cosmulação melancólica e, fazendo uso de tais pensamentos, sem respostas aparentes, fico a me questionar, porque, logo as pessoas mais puras e honestas precisam, de vez, desaparecer-se ? A resposta a cabo não venho. Isso é cravado em mim como dúvida cruel. És-a mais ausente que uma morte de um ente e ninguém ousa-se de responder-me. E, se ousa, desconhece. Talvez, Deus deva saber. Bem, e se sabe, ainda não é "pesquisa". Do contrário, ainda sem respostas, teremos que sobreviver das perdas, dosados, agora, por antídotos, remédios, que apenas não fazem mais, ao não ser aliviar. Pois é, enquanto não criam drogas imunes a dor, estarei aqui, a calejar e a esperar por mais uma e interminável... Ah! E quando eu morrer ? Nem sei se estarei "livre" delas. A própria morte me adoece!
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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